terça-feira, 3 de junho de 2014

Junho, um mês de chuvas de estrelas


(DN - Portugal) Em condições próximas do ideal, os portugueses podem este mês observar 22 fenómenos de chuvas de estrelas. O primeiro é visível já na noite de quarta para quinta.

Com maior ou menor intensidade, são 22 os fenómenos que irão ocorrer ao longo do mês de junho. Rui Agostinho, do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL), salienta que "quando se apresentam estes dados pressupõe-se que a observação é feita em condições próximas do ideal". Isto é, num local sem luminosidade e com Lua Nova.

A primeira chuva de estrelas ocorre na noite de quarta para quinta-feira, com dois fenómenos quase em simultâneo, as Omega Escórpidas e Escórpidas Sagitáridas, Para observar este fenómeno deve-se olhar para sul, em direção à constelação de Escorpião.

A segunda chuva de estrelas, no dia 5, está associada ao cometa Mellis de 1915. As estrelas cadentes parecem vir da constelação de Sagitário, visível também a sul. Os meteoros têm também velocidades moderadas ou lentas. Neste dia é ainda possível observar a chuva de Chi Escórpidas, novamente a partir da constelação de Escorpião.

No dia 6, proveniente da constelação de Sagitário, é possível ver a chuva de estrelas das Gamma Sagitáridas, enquanto a 7 será possível observar duas chuvas de estrelas em simultâneo: as Ariétidas e as Zeta Perséidas.

As Ariétidas são a chuva mais importante de junho, uma vez que irão cair uma média de 66 meteoros por hora. É possível ver esta chuva olhando para Noroeste, na direcção da constelação de Carneiro. O melhor momento para as ver é antes do amanhecer.

Próximo desta radiante, e a sul da mesma, encontram-se as Zeta Perseídas, uma das chuvas mais importantes do mês. Visível também pouco antes do amanhecer, irá produzir uma média de 20 meteoroso por hora. Também será visível na noite de 9 de junho.

Seguem-se depois fenómenos com menor impacto visual, como as Escórpidas e a Líbridas (8 de junho), a chuva das Tau Hercúlidas (9 de junho) e as Theta Ophiúchidas (10 de junho).

A 15, 16, 18, 20 e 26 de junho é ainda possível ver vários outras chuvas de estrelas. A 27 de junho ocorrem quatro chuvas: Tau Cétidas (constelação de Baleia), as Escútidas, cuja radiante se localiza na constelação de Escudo, as Rho Sagitáridas, com a radiante na constelação de Sagitario e as Boótidas de Junho, com uma radiante visível na constelação do Pastor.

A 29 de junho é possível a chuva das Beta Táuridas, com a radiante visível ainda durante o dia. O Sol encontra-se alinhado com a constelação de Gémeos, perto de Touro. A observação será mais favorável antes do amanhecer. Phi Ofiúquidas, visível na constelação de Oficúo, e Tau Acuáridas, são as últimas duas chuvas, ambas com pouco impacto em termos de visibilidade de meteoros.

"Trata-se de uma coincidência estas ocorrências todas no mesmo mês", refere Rui Agostinho. Que explica que, ao longo das décadas, "os cometas vão deixando rastos de poeiras em órbitas que passam próximo da órbita da Terra". "Como a cauda do cometa ocupa um grande volume no espaço, a órbita da Terra acaba por passar nesta nuvem de detritos", justifica o responsável do Observatório Astronómico de Lisboa.

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