terça-feira, 15 de julho de 2014

Estação de observação dentro de casa em Mogi estuda meteoros

Dono faz parte de grupo de observadores e registra 10 meteoros por dia. Moradora de Salesópolis fez vídeo ao perceber 'rastro de fogo' no céu.

(G1) Abrigada dentro de uma casa, a estação de observação astronômica em Mogi das Cruzes tem uma cúpula que chama atenção de longe. Dentro dela, no telhado, uma potente luneta é capaz de registrar fotografias e mapeia o que acontece no céu em um raio de até 400 quilômetros.

O dono da casa, Marco Mastria é astrônomo amador e faz parte da Rede Brasileira de Observadores de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês). Segundo ele, o grupo reúne mais de 60 astrônomos amadores e profissionais no País que estudam os meteoros em diversas partes do Brasil. "Esse mesmo tipo de grupo existe na Europa. Eles começaram a transferir o know how para nós", explica. "A nossa intenção é começar a identificar no hemisfério sul as datas e os locais de onde provém quantidades de meteoros com uma frequência muito alta".

Apesar de parecerem raros, segundo o pesquisador é possível registrar uma média de dez meteoros por dia. Mas eles não oferecem risco, já que se desintegram ao entrar na atmosfera da Terra. "Os meteoros vão se fragmentando e poucos atingem o solo", explica.

O trabalho que a Estação faz já mostrou resultado. Imagens mostram um meteoro que cruzou Mogi das Cruzes em fevereiro, e seguiu em direção ao litoral norte. Ainda segundo Mastria, um outro meteoro cruzou o céu mogiano no feriado de Tiradentes, em abril.

De acordo com o pesquisador, além das imagens feitas pela estação de observação, os vídeos amadores, feitos por quem vê fenômenos no céu também são importantes para o estudo. "A partir do momento que você registrou o evento, você vai analisar e pode ser sim uma coisa muito interessante. Quanto mais pessoas registrarem, mais se identificam essas possíveis situações aqui", diz.

Salesópolis
Foi exatamente algo no céu que intrigou uma moradora de Salesópolis. Ela gravou um vídeo de uma bola de fogo que se movia lentamente e deixava um rastro de fumaça alaranjada. O fenômeno não fez nenhum ruído e depois de cerca de 3 minutos, desapareceu. As imagens, segundo ela, foram feitas no dia 17 de junho.

Apesar do sucesso do vídeo, com quase 2 mil visualizações, Marcos Mastria diz que não se trata de um meteoro e nem de um objeto voador não identificado. "Você percebe que são dois rastros no céu e depois vemos esse rastro continuando", descreve. "Percebemos também que a velocidade que esse objeto se deslocou no céu é uma velocidade extremamente lenta, e pelo tempo que ele levou para transitar no céu, tem características que não podem ser comparadas com características de meteoros", explica. "O que percebemos nessa imagem é uma divisão no meio desses dois rastros, e dá para perceber claramente que há um avião ali", esclarece.

Segundo ele, outras imagens parecidas e mais próximas à de Salesópolis foram registradas em diversas partes do mundo. O fenômeno, segundo ele, é provocado por um avião em grande altitude.
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Matéria com vídeo aqui

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